Este livro está na lista de favoritos de 2 utilizadores.
Há muito tempo que, na ficção portuguesa, não havia um romance tão surreal, cheio de magia, fantasia e domínio da história.
Em Sulfúreo, aldeia prestes a ser engolida por uma exploração de volfrâmio, os vivos não morrem e os mortos estão vivos. Entre constantes aparições de defuntos, a família Lustro-Urze vive atormentada pela morte da matriarca, misteriosamente afogada num ribeiro há quatro séculos. O romance acompanha a ascensão e a queda de Ramiro Lustro, um caçador de leopardos e cultivador de camélias que recusa vender a terra à companhia mineira - talvez por isso, sofre a insólita visita dos mortos. Ramiro deposita então todas as esperanças num dos netos, educado já pela república democrática, obcecado por descobrir a razão da incorruptibilidade dos corpos, decifrar o crime na origem da família e esclarecer o mistério do envenenamento das águas da montanha.
Esta é uma história de aparições, revoltas, traições, exílios, guerras constitucionais, a tragédia do progresso industrial, as conspirações históricas e a beleza natural de um mundo prestes a extinguir-se - e também a crónica de uma família cuja única propriedade é uma casa de pedra e uma camélia plantada num vale inóspito.