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O Diabo, pela mão de Gonçalo M. Tavares, vem juntar-se ao mundo literário das Mitologias, um universo habitado por personagens que se movem num tempo e espaço indeterminados onde o referencial é aquilo que nos vai sendo contado. Aqui a verdade científica e a sua lógica pouco importam. Dotados dessa ampla liberdade, os leitores deambulam entre narrativas fantásticas que tanto actualizam explicações para um mundo em que vivemos como retratam traços marcantes da natureza humana que o habita.
É um espaço imaginário onde, entre muitos outros, se entrecruzam o diabo, a escola, os corvos e o trator, as palas com todas as suas limitações e virtualidades, o cemitério de aviões e a loucura, os direitos dos homens, o Grande-Armazém, o Povo-Armazenado, os três fios vermelhos, os Doze-Apóstolos, a canalização, os piolhos, o crânio de Olga, os nomes, Paris, os Nómadas, o Comboio e os Meninos, o Homem-que-Quando-Fala-Não-se-Entende-Nada, o crescimento de Alexandre (a linha recta). É um mundo de histórias e possibilidades quase infinitas em que um espaço ou uma máquina se podem transformar em personagem, mas é também um universo onde encontramos valores fundamentais, território privilegiado do mito, como o bem e o mal, o medo e a coragem, a tranquilidade e a violência, o desconhecido e o familiar.