Sê o primeiro a adicionar este livro aos favoritos!
O NOVO MENOZA anuncia-se como uma comédia. E é verdade que reconhecemos no texto de Lenz, tradutor de Plauto, os lugares comuns da Comédia Nova, os irmãos trocados, o amor do jovem impedido pelo pai, o desejo individual impedido pelas regras sociais, até uma reconciliação final. Nela, como na Comédia Nova, a estrutura familiar é a base da sociedade e o universo de toda a intriga. Mas, ao contrário do que nos aconteceu quando há muitos anos já construímos um espectáculo a partir de cenas das comédias de Plauto e nos divertimos ao nelas reconhecer os arquétipos de uma sociedade que, em decadência é certo, mas ainda é a nossa, pouco nos faz rir esta comédia. E não é, de facto, no riso que Lenz afirma encontrar a verdadeira natureza da comédia. Para ele a comédia é acima de tudo um espectáculo para toda agente e uma pintura da sociedade humana. Conforme o estado dessa sociedade, assim fará rir ou não. Lenz não quer, em nome da ordem, fazer rir de uma desordem. Lenz está em guerra com a sociedade que põe em cena e que eventualmente será o público da sua obra. O seu protagonista não é um típico representante desse mundo. Por muito que o democratize, tornando-o num homem em pé de igualdade com os seus contemporâneos e como eles enredado em situações ridículas, para o seu esquema dramático, baseado num romance filosófico, inventou uma excepção, um ser puro, uma personagem, na sua ideologia, dupla de si próprio, o príncipe Tandi, que é um estranho aos costumes europeus e que com eles entra em conflito em nome de uma moral nova e inovadora.