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Um dos maiores romances da literatura francesa aqui traduzido por Mário Cesariny de Vasconcelos. «Um idiota. É tudo. Não mais do que isso. E tudo o que se contou ou inventou, ou procurou deduzir ou explicar, tudo isso só confirma o que, quem quer que fosse, poderia observar à primeira vista. Apenas um idiota. Simplesmente com o direito de se passear em liberdade, de falar às pessoas, de assinar documentos e de desencadear catástrofes. Porque parece que os médicos classificam estes tipos como inofensivos. Muito bem. É lá com eles. Mas se, em vez de se contentarem com a sua opinião, procurassem também saber a dos tipos como nós, que sabem talvez mais sobre a espécie humana do que toda essa gente das Faculdades... Porque, repare: quando se trata de espécimes humanos, tudo por aqui passa, pode crer, e no que diz respeito aos motivos a que obedecem as pessoas, se é que aprendi qualquer coisa nos vinte anos que passei neste escritório, é isto, não há senão um: o interesse. Assim, parece-me...»
CRÍTICAS DE IMPRENSA
"Difícil e exigente, com um estilo intricado que desconstrói os moldes clássicos de cronologia, narrador e construção de personagens. Um original romance, moderno e singular, que através de um realismo fundado em memórias (subjectivas) de grande impacto visual e objectividade fotográfica, incide na temática da fatalidade da vida, palco da confusão emocional e da desordem absoluta das coisas. O homem surge como o ‘idiota’ de Dostoievsky, obcecado com as sua memórias e impotente perante um destino caótico que não determina."
Mónica Maia, Julho de 2006