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Publicada em 1930, tida por sediciosa e queimada em 1933 nos «autos-de-fé» do Terceiro Reich, esta obra de Kracauer sonda a vida quotidiana e a importância política de um novo tipo social do início do século XX: os empregados. Num estilo que oscila entre o ensaio literário e o estudo sociológico, dá viva voz a pequenos vendedores e dactilógrafas, lojistas e bancários, retratando a sua situação laboral, aspirações frustradas e uma falsa consciência de classe. Kracauer denuncia assim uma ilusória identidade burguesa, cobiçada por este novo grupo, e a fictícia ascensão social dos empregados face aos operários, cujas péssimas condições materiais partilham. Com uma obstinada ironia, o autor descreve um mundo que escamoteia a sua degradação e antecipa, nas entrelinhas, a silenciosa colaboração desta nova classe média, anestesiada e iludida, na ascensão do mal.