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Em 1888, a história literária portuguesa foi enriquecida por três acontecimentos de grande importância: Eça de Queirós publicou Os Maias; no dia 13 de junho, nasceu Fernando Pessoa; e no inverno morreu, em Paris, Carlos Fradique Mendes. Trata-se de três factos muito distintos, mas, na verdade, existe entre eles uma subtil linha de coesão, que apenas pode ser atribuída aos insondáveis caprichos do destino. Eça e Pessoa têm tido detratores de diversificada tipologia, desde os meros companheiros de ofício, incapazes de lidar em silêncio com a angústia da influência, até leitores seduzidos por coordenadas estéticas de divergente natureza. No entanto, a realidade transcontinental da língua portuguesa parece não ter grandes dúvidas acerca da importância cultural de Eça e de Pessoa, apenas suplantada por Camões.