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«Green é sobretudo um "flâneur" perscrutador e baudelairiano, "propenso a certas formas de divagação" que me parecem, vistas deste lado, milagres de escrita. (...) A tradução de Carlos Vaz Marques é excelente: fluida, cuidada, com oportunas notas de rodapé.»
José Mário Silva, «Expresso»
EXCERTOS
«Ficará para os exegetas da obra de Julien Green decifrar até que ponto terá sido relevante, para a relação do escritor com a cidade onde nasceu, o facto de ele ter querido manter-se estrangeiro nela até ao fim da vida. Estrangeiro, aqui, não é uma força de expressão, nem um recurso estilístico. Trata-se da descrição prosaica e factual do estatuto de cidadão norte-americano de que nunca abdicou. (...) Mais do que um texto atravessado por uma melancolia que tem qualquer coisa já de despedida, «Paris» será, acima de tudo uma declaração de amor, um álbum de memórias e um guia poético e pessoalíssimo sobre uma cidade transformada em personagem central não só deste livro como da própria vida do seu autor.»
Carlos Vaz Marques