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De súbito, somos inundados por novos interditos. Estamos sob vigilância permanente. Os patrulheiros andam aí, impondo um vasto caudal de proibições. Como se vivêssemos num rígido internato de paredes opacas onde a fuga à norma pode ser punida com a morte civil.
Nada de original na História do mundo: sempre houve severos limites à liberdade de expressão. Novidade absoluta é isto ocorrer hoje, em sociedades democráticas, no chamado mundo livre.
Académicos, intelectuais, artistas, escritores, jornalistas, dirigentes estudantis e até alegados activistas dos direitos humanos integram esta polícia do pensamento que dita dogmas, decreta anátemas e fulmina qualquer rasto de dissidência a pretexto da protecção a tribos identitárias.
Não se persegue só o presente, também se altera o que ficou para trás, dando plena validade ao alerta de George Orwell: «Quem controla o passado, controla o futuro.»