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Agora sei porque te escrevo estas cartas, Nayma. Por elas eu aprendo a falar. Renasço. Nelas escrevo o que me dizes ao ouvido, depois da minha ignorância racionalista te interrogar todos os dias, meu Anjo. Nestas cartas também seguem as palavras possíveis sobre a luz com que perscruto os caminhos ignorados do mistério que é a vida. Eu bem escrevo e assino - Noé -, mas acredita que é como se fora o próprio Espírito a pegar-me na mão enquanto ensina as primeiras letras a um infante. Eu assino para haver um nome que fala contigo, umas letras e um som, à volta do qual se vão condensando os vislumbres espirituais que tu me dás. Por isso, com esse nome amo e rezo, o que aliás é o mesmo. Amar e rezar são dois irmãos gémeos às avessas: diferentes por fora e iguais por dentro.