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Quando lemos um livro traduzido, devemos ou não notar a presença do tradutor, esse agente essencial que permite que leiamos na nossa língua textos que, se assim não fosse, talvez nunca nos fossem acessíveis? Temos alguma noção das dificuldades que este enfrentou no seu trabalho de procurar respeitar o estilo do autor? É preferível que o texto traduzido nos chegue tão limpo quanto possível, como se o tradutor fosse uma espécie de «escritor invisível» ou, pelo contrário, que as suas dúvidas e os obstáculos que lhe surgiram enquanto realizou a tradução nos sejam expostos para melhor compreendermos as suas opções ou as eventuais limitações do texto que agora temos em mãos?
O Escritor Invisível pretende enquadrar a actividade da tradução em Portugal e constitui-se como uma compilação de elementos para-textuais relativos ao processo de tradução, tal como foram enunciados por vários tradutores portugueses. Neste ensaio, descreve-se um procedimento possível de execução de uma tradução, partindo das reflexões teóricopráticas de alguns tradutores sobre cada passo desse mesmo processo, indicando os métodos e os eventuais contextos teóricos seguidos.
Do conjunto de excertos apresentados ao longo do ensaio, fazem parte as observações de tradutores conceituados na área da criação literária, como Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner Andresen, João Gaspar Simões, David Mourão-Ferreira ou Vasco Graça Moura, entre outros. Todavia, apresentam-se ainda inúmeros comentários de outros tradutores dedicados a uma produção translatória mais regular e mais alargada. Na sua globalidade, esta obra pretende, acima de tudo, apresentar um conjunto de textos até agora dispersos sobre tradução e contribuir para um conhecimento mais aprofundado da área dos Estudos de Tradução em Portugal na perspectiva daqueles que mais fizeram pela evolução desta actividade Os próprios tradutores!