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Quando o conflito armado eclodiu e à medida que os meses se sucediam, crescia nas mães que tinham filhos pequenos, a esperança de que, chegada a hora de os verem envergar a farda para cumprir o serviço militar, a guerra já tivesse terminado.
Quantas se enganaram!...
Nos bastidores duma guerra colonial sem fim à vista, ficavam mães, esposas, namoradas, irmãs, que depois de um doloroso adeus, a que o Tejo já se habituara, à vista de imensos lenços brancos de despedida, na metrópole lutavam, diariamente, contra uma saudade imensurável e o medo do espectro da morte, que a qualquer momento lhes poderia bater à porta. Em silêncio engoliam as próprias lágrimas, calavam a revolta, escondiam a sua indignação. O sofrimento era atroz.
As namoradas e esposas, povoadas de projetos e juventude, esperando o fim de um pesadelo, que a cada dia, parecia mais distante.