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Um texto é qualquer coisa de único e irrepetível, mas contém igualmente infinitos outros textos, oferece uma série de caminhos que podem ser desenvolvidos em muitas direcções. Neste sentido, cada obra literária é um "policial" de cuja solução depende a capacidade de dedução do seu leitor-detective. As grandes obras literárias, como é o caso de "Pinóquio" de Collodi, são exactamente aquelas que permitem as mais ambiciosas intrigas policiais, possuindo uma carga inesgotável de enigmas e alegorias.
Giorgio Manganelli, como um detective de um film-noir, repercorreu as páginas de "Pinóquio". O "Livro Paralelo" que resultou daí não é apenas um jogo de prestígio de um escritor inconfundível, que com a arma da ironia conseguiu sempre evidenciar a realidade e as suas convenções de todo o tipo. De facto, nestas páginas, não se fala apenas do "boneco" Pinóquio, de Gepeto ou da Fada Azul, mas de nós próprios hoje, transvestidos e mascarados, protagonistas de um baile de transgressões, astúcia e bons propósitos.