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Música, significação e sentido, o problema da expressão: inexpressionismo da música - o falso dilema figurativo/abstracto, abstracção/realidade, na arte - pintura, o visível e o invisível, o enigma da visibilidade - das maçãs cézannianas aos ready-made - o efeito-Duchamp e a anomia «pós-moderna» - violência psicomecânica, violência figurativa e violência estética da imagem cinematográfica: os poderes do cinema - a especificidade do cinema e a banalidade audiovisual - a literatura, a arte do romance, e a sua vocação analítica da existencialidade humana - pensamento, crítica e criação
na época da cultura massmediática - vitalismo de toda a arte: fender o cérebro, fender os muros do impossível.
«É a vida que ri no riso de Mozart, é ela o sujeito desse magnífico riso, e que ri não da sua auto-negação por imitação da matéria mas da sua auto-afirmação por criação do espírito. O além-imagem de onde sobrevém de modo fantasmal esse riso no fim de Amadeus não é o além-túmulo, não é o não-lugar da morte pessoal de Mozart, mas antes o fora-decampo absoluto da vida supra-histórica da sua criação musical genial, o tempo não cronológico, a forma de imortalidade ou de eternidade, dessa criação espiritual. O riso de Mozart é a Alegria pura, mesmo quando não pessoalmente extrovertida, de todos os excepcionais criadores em todos os domínios, a sua sensação de transcendência da vida biopsíquica pessoal numa vida não pessoal do espírito que não morre com a morte do criador. A espectralidade desse riso na sua
derradeira aparição não é metáfora, o cinema não se faz com metáforas, é a imagem sonora exacta, absolutamente literal, dessa vida do espírito que se eleva dos corpos, que se desprende da finitude dos sujeitos, e fica.»