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Numa voz simultaneamente terna e cheia de ira, O Testamento de Maria narra a história de um cataclismo que conduziu uma mãe a uma dor indelével. Vivendo agora em exílio, em luto, e no medo, tenta reagrupar as memórias dos acontecimentos que levaram à morte brutal do seu filho. Para ela, Jesus era um homem frágil, rodeado por homens que não eram de confiança, a viver numa época turbulenta, de grandes mudanças.
Maria vive sozinha, anos depois da crucificação de Jesus, e sem qualquer vontade de colaborar com os autores do Evangelho. São eles os seus guardiões, que lhe proporcionam abrigo, comida e a visitam regularmente. Maria não concorda que o seu filho seja o Filho de Deus, nem considera que a sua morte tenha «valido a pena», nem que aquele grupo de inadaptados que o rodeava sejam discípulos sagrados.
À medida que a vida de Maria e o seu sofrimento começam a adquirir contornos de mito, ela tenta quebrar o silêncio acerca daquilo que realmente aconteceu, tornando-se uma heroína trágica com a eloquência de Electra, Medeia ou Antígona.