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Sinopse
«Há existências inúteis, para quem a vida se reduz ao estreito âmbito formado pelas paredes que as cercam. Vivem por hábito. Sabem apenas exprimir-se com seis palavras rançosas. São um misto de papelada, de números de ideias estúpidas e vãs, de frases gastas e falsas.»
Raul Brandão in A Farsa.
São estas existências que Raul Brandão melhor soube descrever, em pinceladas expressionistas, reduzindo-as aos traços grosseiros da caricatura, mas sempre com uma sensibilidade inigualável nas nossas letras.
História comovente e por vezes brutal, A Farsa é, como todas as obras de Raul Brandão, um grito de espanto pelas vidas que se desperdiçam num simulacro de vida.
Coleção Relógios de Água
Raul Brandão nasceu na Foz do Douro, Porto, a 12 de março de 1867, e morreu em Lisboa a 5 de dezembro de 1930. Militar de 1888 a 1911, quando se reformou do posto de capitão, foi ao jornalismo e à literatura que dedicou a sua vida, escrevendo livros, como Húmus, a sua obra-prima,
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