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O Jardim Sem Limites, onde à pequena aldeia de Vilamaninhos, que simbolizava no seu primeiro romance o Portugal pequenino e arcaico, se substitui Lisboa, a metrópole europeia onde se cruzam todas as influências e se rarefazem identidades e territórios.
O romance seguinte de Lídia Jorge, O Jardim sem Limites (1995), prosseguindo embora com a construção de uma narrativa na primeira pessoa, desloca a sua atenção pela primeira vez para uma geração mais nova, a geração nascida após a revolução. O romance lida com as enormes mudanças que ocorreram no modo de vida da nação e na sua visão do mundo. Factores como a modernização, a entrada na União Europeia, e um novo culto da imagem, contribuíram para a sensação de um vazio fin-de-siècle, particularmente, entre a juventude urbana.Em O Jardim sem Limites, a voz narrativa pertence a uma escritora de quem não sabemos o nome, que está a escrever um romance. Quando esta se instala num quarto de pensão, na Casa de Arara, conhece um grupo de jovens que se encontram todos eles a viver fora de casa dos pais. Esta situação, relativamente pouco comum na sociedade portuguesa, permite tecer uma reflexão acerca do processo de alienação dos mais novos em relação às gerações mais velhas.