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"Lisboa é uma cidade de que é fácil gostar. Não recusa nenhum acrescento, absorve-o. 'Mesmo os aleijões', dizia Cardoso Pires em entrevista filmada no Jardim do Torel, de câmara assestada à linha do horizonte, de recorte pregueado de telhados subitamente rompido pelo espinho das Torres das Amoreiras. (…) Passados 20 anos, a Relógio D’Água reformula o aspecto e o uso do texto.
Com razão: continua vigoroso o discorrer, em tons de amor-ódio, sobre a vivência do espaço ancestral; mas a cidade de Cardoso Pires vai-se tornando mais rara de encontrar.
Lido apenas uma vez