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Estudante morto, colegas presos, passeata de intelectuais e religiosos, tropa de choque, cavalarianos de sabre em riste, carros blindados, gás lacrimogêneo, tiros, jatos de água, paus, pedras, o fim de um caminho. 1968 - O ano que não terminou traz de volta um período crucial da história brasileira. Neste clássico da não ficção nacional, o jornalista e romancista Zuenir Ventura conta, com a urgência das grandes reportagens e com a sofisticação da alta literatura, como transcorreu no Brasil o ano que, através do mundo, iria se tornar lendário por conta de manifestações estudantis contra o sistema. Aqui, sob a ditadura militar estabelecida em 1964, o desenlace seria terrível: pressionado pelos radicais, o presidente Costa e Silva decretaria o AI-5, concentrando poderes e sufocando o que restava de democracia. A partir dali, não haveria mais a encenação de democracia que vigorava desde o golpe de 1964: o governo do general Costa e Silva deteria nas mãos todos os poderes e não se furtaria a usá-los, fosse cassando, exilando, prendendo ou até matando de forma clandestina. Vinte e um anos se passariam até que um presidente civil eleito democraticamente chegasse ao Palácio do Planalto. Neste livro já clássico, Zuenir Ventura narra o ano de 1968 tal como vivido no Brasil. Fazem parte de sua pauta, além do assassinato do estudante Edson Luis, da Passeata dos Cem Mil e do AI-5, a contracultura hippie, Caetano, Gil, Chico, Glauber, Fernando Henrique, José Dirceu, Nelson Rodrigues, o congresso da UNE em Ibiúna, a conspiração de militares de extrema-direita para explodir o Gasômetro e matar milhares de cariocas, o discurso do deputado Márcio Moreira Alves que revoltou as Forças Armadas e a pressão dos radicais pelo endurecimento do regime. Que ano.
EM PORTUGUÊS DO BRASIL.