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Este não é um livro comum. A começar pelo título, que remete para um mistério renascentista: acqua toffana era um veneno devastador, do qual hoje não se sabe muita coisa, a não ser que ceifou muitas vidas ilustres. Marcando a estreia literária de Patrícia Melo, ela toca numa ferida aberta do Brasil de hoje: a violência urbana. Mas que ninguém pense em ficção-reportagem ou na exploração sensacionalista do noticiário das páginas policiais. Acqua Toffana vai mais fundo. Patrícia Melo surpreende pela cadência que imprime à sua linguagem: o seu estilo tem que ver com o policial negro, com o cinema de cortes rápidos e de fusões alucinantes, com o ritmo acelerado do argumento de televisão. Texto sensorial e sensual, onde cada palavra se instala, macia e precisa, como a bala num tambor de 38. Macia e precisa, mas também fatal.