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Este romance do escritor sueco Lars Gustafsson (n. 1936, e cuja obra se desdobra entre o romance, a filosofia - de que é também professor, na universidade do Texas - e a poesia) tem como protagonista um publicitário de 59 anos, chamado Dick Olsson, cidadão do mundo em constantes viagens entre os Estados Unidos da América, onde vive actualmente, e a Europa. Com uma conta bancária invejável, fruto do seu grande sucesso profissional, há, no entanto, qualquer coisa que lhe falta. O pai morrera há muito, ele divorciara-se e tem um filho que o visita de quando em vez, mais para lhe pedir dinheiro. Tem uns encontros e aventuras ocasionais. Filho único, a notícia súbita da morte da mãe vem abaná-lo. É então que, sem saber como, cai nos braços da sua empregada doméstica, uma imigrante ilegal, colombiana, semi-analfabeta, mas com uma sabedoria ancestral que lhe vem do sangue índio. Dick Olsson percebe então que necessita de uma âncora, laços que o prendam à terra.
" (Este romance) esconde uma inteligente e melancólica reflexão sobre os contrastes deste nosso tempo. No qual - como diz Olsson/Gustafsson, com amarga ironia - " há um mundo para os congressistas, os empresários, os peritos que viajam regularmente, os clientes dos hotéis, os que andam sempre com o telefone móvel, e um outro mundo, onde as pessoas atravessam fronteiras em fuga." Sendo que "um desses mundos até viaja para dar conferências sobre o outro"..."
Rodrigues da Silva, JL
"Se as grandes questões levantadas por Platão e Wittgenstein espreitam por detrás dos operários suecos, por detrás de Dick Olsson, um herói da publicidade e da informática, ergue-se a sombra de Kant, o realismo empírico do filósofo cego às cores, e à arte, seduzido por uma camponesa. Apenas uma das muitas ironias para todos os gostos. Um livro a não perder."
Helena Barbas, Expresso, Cartaz
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