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O seu primeiro livro, «Ao Sol da Ibéria», compilação de crónicas que vão de 1948 a 1964, foi uma pedrada no charco morno do mundillo taurino português. Com uma mão cheia de textos inovadores, de uma acutilância e qualidade literária que apenas encontra precedente nos escritos de outro grande cronista, D. Bernardo Mesquitela, Solilóquio veio demonstrar que a crítica taurina podia ultrapassar os gastos clichés que então se usavam. Das rísiveis peculiares da corrida à portuguesa (o embolado e o afeitado, a chateza do intervalo e os cabrestos, a morte simulada e a voltinha à arena) extraiu irónicos apontamentos e, muitas vezes, a beleza que na praça não se viu. Admirador de João Núncio e dos toureiros de arte, como Rafael de Paula e Curro Romero, Solilóquio sempre se manteve arredado dos mentideros taurinos e das suas tantas vezes nefastas cumplicidades. Por isso deixou na Festa um rasto de dignidade e maestria difícil de igualar. “ em Livros