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Prémio Sapir 2009, o mais importante prémio literário israelita.
Arredores de Jafa, 1895. Salah Dajani, um rapazinho muçulmano perturbado que vive num casarão em ruínas rodeado de pomares ao abandono, é consumido por estranhas visões de um desastre que se abaterá sobre o seu povo. A sua vida é, porém, virada do avesso com a chegada à cidade de um homem loiro e bonito, um colono judeu extremamente dinâmico, por quem se sente atraído e que vê como uma espécie de anjo salvador. Trata-se do agrónomo Haim Margaliot Kalvarisky, que rumou à terra dos antepassados na esperança de salvar o seu casamento com Ester - bela, mas frígida - e que anda desesperadamente à procura de terra fértil.
Desde a sua primeira visita à Casa Dajani - para a qual é convidado pela mãe de Salah, que vê nele a última esperança de cura para a agonia do filho -, a amizade entre Kalvarisky e o rapaz está, contudo, destinada à violência e à tragédia. Porque o colono não só cobiça a propriedade que o deslumbra, mas também a bela mulher árabe de olhos verdes, cujo marido se encontra quase sempre fora e acabará por morrer em circunstâncias misteriosas.
Este romance rico e colorido, construído a partir dos diários antagónicos dos dois protagonistas à medida que negoceiam o amor, a honra e a traição numa Palestina em mudança, é uma recriação ficcional da história dos primeiros sionistas e uma apresentação magistral do confronto entre duas culturas através dos sentimentos individuais de duas personagens notáveis.
Pontos amarelos no exterior de algumas páginas.