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D. Carlos I (1863-1908) foi um dos mais inteligentes e capazes reis do seu tempo, quando a Europa era ainda, com excepção da França e da Suíça, um conjunto de monarquias.
D. Carlos correspondia bem, pelas suas ideias e interesses, ao tipo do fidalgo liberal, o equivalente português da aristocracia whig inglesa. Tinha 26 anos quando foi aclamado rei, a 19 de Outubro de 1889, e apenas 44 quando foi assassinado a 1 de Fevereiro de 1908. Como já acontecera a seu pai, teve de viver com um movimento político entre os seus súbditos que se propunha abertamente destruir a monarquia.
Nos seus últimos dias, porém, julgou que estava no caminho certo para assegurar a continuidade da monarquia constitucional, através de uma renovação das lideranças partidárias e de uma reafirmação dos princípios do liberalismo, sinceramente por si partilhados. Independente, sensato e corajoso, conseguia suportar grandes pressões e tomar decisões arriscadas quando se impunham. Morreu por causa das suas qualidades, não por causa dos seus defeitos.