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No século XII, alguns padres começaram a falar mais vezes das mulheres, a falar com elas também, a escutá-las por vezes. O que das suas palavras chegou até nós ilumina um pouco melhor o que eu procuro e tão mal se vê: como é que as mulheres eram tratadas nesse tempo. É evidente que ainda não distingo senão sombras. No entanto, no termo desta busca, as damas do século XII surgem-me mais fortes do que eu imaginava, tão fortes que os homens se esforçavam por as enfraquecer através das angustias do pecado. Penso, assim, poder situar, por volta de 1180, o momento em que a sua condição se elevou um pouco, em que só cavaleiros e os padres começaram a acostumar-se a travar debates com elas, a alargar o campo da sua liberdade, a cultivar esses dons particulares que as tornam mais próximas do sobrenatural. Quanto aos homens, sei agora muito mais sobre a forma como olhavam as mulheres. Elas atraíam-nos, elas assustavam-nos. Seguros da sua superioridade, afastavam-se delas ou tratavam-nas com rudeza. No fim de contas foram eles que as perderam.
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