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«Esta recolha de textos de Álvaro Vasconcelos gira à volta de um tema central - a democracia liberal e os perigos que ela hoje atravessa, cercada por dentro e por fora por ameaças e desafios que não podem ser subestimados. É este o seu grande valor. o livro regressa várias vezes ao passado, aos momentos em que as grandes tendências que hoje dominam o nosso mundo começaram a desenhar-se. Da força dos supremacistas brancos nos Estados Unidos à deriva autocrática na Rússia. De Samuel Huntington e o seu choque de civilizações (...) às ilusões ocidentais sobre a transformação acelerada, mas impossível, da economia herdada da União Soviética numa perfeita economia de mercado. O livro leva-nos do Mediterrâneo das tragédias dos imigrantes ao Brasil de Bolsonaro, do Brexit ao futuro da União Europeia, da eleição de Trump à guerra de Putin na Ucrânia, dos sobressaltos das democracias europeias, minadas por dentro pelas várias cores do populismo e do extremismo, com alguns desvios por Portugal e pelo nosso papel na Europa. Olhando o mundo, a sua ideia fundamental é a de uma humanidade comum, que a pandemia veio pôr dramaticamente em evidência. Utopia? Talvez. Sem idealismo, é difícil encarar o futuro. Essa é outra marca indelével deste livro de Álvaro Vasconcelos.»
Teresa de Sousa, do Prefácio
«Álvaro Vasconcelos conhece muito bem o Brasil. Devo dizer que já no começo de 2018, quando Bolsonaro tinha pouco mais de 10% das intenções de votos e parecia que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, bem poderia vencer as eleições de outubro, dada a enorme coalizão de partidos que estava formando e que lhe garantiria um bom tempo de propaganda eleitoral na televisão, Álvaro alertou os amigos brasileiros: unam-se, se não Bolsonaro vence. Ele soube auscultar um movimento que era então subterrâneo, mas que acabaria por triunfar. Esse é um ponto dentre os que aparecem neste importante livro de Álvaro sobre o caráter mortal das democracias, sobre o risco de que o melhor regime político até hoje inventado pelos homens sucumba à ação de líderes como Trump, Bolsonaro e seus equivalentes em muitos países.»
Renato Janine Ribeiro, do Prefácio