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Reconheci o meu país magnífico, único no mundo, num estado de considerável preservação apesar da canalha tentação para as modernices.
Aquilo que me levou lá, a busca dos enchidos, das carnes autóctones, da batata, da couve e do pão, acabou por ser um enorme sucesso. Consegue-se ainda encontrar quase tudo, sem grandes alterações, desde que estejamos dispostos a sair das vias rápidas e a embrenhar-nos nos intestinos das pequenas aldeias, esquecidas mas não mortas, envelhecidas mas ainda tão sorridentes.
Passei por fornos comunitários onde ocasionalmente se coze o pão, falei com velhas de sorriso franco que fazem alheiras como ninguém e que, perante o nosso interesse, perdem parte do temor e nos falam das suas vidas, ganhei tempo com velhos sentados à porta, que se sentem bem a conversar e nos levam (por cima de quantidades consideráveis de bosta de vaca) à casa do tio Porfírio, que tem a melhor batata do mundo e que, admirado com o nosso interesse, tem como primeiro e autêntico instinto a vontade de no-las oferecer, acompanhadas por um copito de vinho, uma (t)chouriça e um mágico presunto.
Parei à beira de riachos de água límpida, procurei e encontrei folares de carne, como não existem em algum outro lugar, e nessa busca descobri mais outro fumeiro, que ainda não conhecia, comprovando a convicção de que temos mais e melhor fumeiro do que qualquer outro povo…"