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«O que é que se oferece, aqui, ao pensamento? Tudo e mais alguma coisa, sem hierarquias, sem que se criem distinções entre o que é digno de ser pensado e o que pertence a um território sem dignidade. A maior parte das vezes, comparecem aspectos e saliências de ordem social, política, cultural, científica, manifestações visíveis de uma lógica ou de uma ordem superior que se oferecem a uma interpretação e a uma vontade de saber avessas à disciplina, à integração num campo de saber delimitado, seja pelo objecto seja pelo método. Nuno Félix da Costa situa-se no observatório de onde acede a um saber sem nome, instalado num lugar de reflexão e observação que é apenas dele, não sujeito a constrangimentos nem a metodologias, movendo-se livremente, sem prestar contas a autoridades e figuras tutelares. Essa liberdade é também a que lhe permite dirigir a atenção, sem complexos, ao que poderíamos chamar manifestações de superfície. (...) o que se procura é o hieróglifo objectivo das coisas, onde a duplicidade de pensamento e de observação é sucintamente expressa. e o que se visa não são as verdades eternas ou as ideias sem tempo, mas uma espécie de fenomenologia - do social, do cultural, do político (...)»
(António Guerreiro, in Prefácio).