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"Eis-nos aqui. Domingo de sol, passeio junto ao mar, esses olhos azuis que o desejo nublava fitam-me transparentes, agressivos de tão risonhos, "como estás?". Como estou? E tu que achas, vendo-te assim acompanhada? Ele tem bom aspecto, sorriso franco, nada indica o ciúme de paixão mal resolvida da tua parte; sente-se seguro. Esqueceste-me . Pior!, já és minha amiga. Pronto querida, vou ser politicamente correcto. O tempo, o amigo comum que encontraste e me acha cansado, a etiqueta, "este é o...". Que interessa o nome?, é o teu homem, "muito prazer". Ele sorri, sabe que não sinto a frase, mas compreende, afinal sou o tipo que perdeu a mulher que ele não dispensa. Um silêncio constrangido entre os dois que resolves com à-vontade, "foi bom ver-te". Era necessário humilhar-me tanto? Uma vontade imensa de te abanar - "sou eu, lembras-te?, tinhas a certeza que era o amor da tua vida" -, acorda!, ainda podemos... Os dois afastando-se, o braço dele sobre os teus ombros, o segredo ao ouvido e esse cabelo, onde me perdia, volteando ao ritmo da gargalhada. Serias incapaz da chacota a meu respeito, é outra a razão, simples e infernal - estás feliz. E uma parte de mim, ainda tímida, quase clandestina, deixa cair os braços e reconhece derrota e culpa, fica grata pelo que me deste e murmura um "boa sorte" que todo o resto do que sou fita horrorizado.
Será isto, finalmente, o amor? "