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Um texto de uma beleza formal absolutamente espantosa, que revela a irredutibilidade da arte (música) à vida. A música assume-se exclusiva, devoradora da capacidade das personagens de amar, de (sobre)viver à realidade quotidiana. Acresce que é uma história de um amor frustrado que encontra a voz sóbria e contida no narrador. Hermann Hesse consegue, com um acervo notável de palavras, compor uma sonata melancólica e resistente que ecoa a temática difícil do princípio do século da arte contra a vida e, ao mesmo tempo, antecipa metaforicamente as pulsões destruidoras que estiveram na origem do 3º Reich. Este é um texto de inúmeras que poderá ser lido a um sem número de níveis. Pela sua beleza frágil e aura nostalgia esta obra reconciliará todos os “descrentes” de Hesse e maravilhará os (muitos) admiradores do autor.