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Publicado em 1937 por Alberto Victor Machado, homem de letras, com vasta obra distribuída por um leque vasto de géneros literários, do conto e da novela ao romance, à poesia, às letras para fados e canções, ao teatro declamado e à opereta, mas manifestamente um profundo conhecedor do Fado, este livro surgiu no fim de um ciclo da história do Fado, que encerra uma época de mudança e «progresso», em que o Fado deixa de estar circunscrito aos ambientes populares e até marginais e vai, pouco a pouco, surgindo nos salões domésticos das classes altas e na programação das salas de espetáculos. Uma época também de intensa polémica à volta do género, em que se debatiam argumentos contra e a favor do Fado, que uns reconhecem já como a canção nacional e outros não veem mais do que o objeto de um entusiasmo febril.
A polémica progride ao longo das três primeiras décadas do século xx, com posicionamentos hostis de vários setores intelectuais eruditos (Forjaz de Sampaio, António Arroio, Armando Leça e Luís de Freitas Branco, entre outros), em geral em formato de livro, e provocando sempre, em cada caso, respostas exaltadas dos intelectuais orgânicos da comunidade fadista (Avelino de Sousa a Artur Arriegas, Artur Inês e outros), em particular na imprensa periódica especializada que nela e para ela se produz.