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A infância tem sido, para inúmeros escritores, uma espécie de arca doirada da qual retiram muita da inspiração que alimenta as suas obras. A Instrumentalina é um desses casos de maravilhada referência às emoções dos anos de juventude. Trata-se de uma narrativa particularmente depurada, escrita de um único fôlego, e onde, de forma comovedora, se patenteiam a ternura e a inocência de uma primeira paixão.
Foi esse carácter muito especial, que tão claramente distingue a presente narrativa da restante obra ficcional de Lídia Jorge, que tornou imperativa a sua edição como peça autónoma; que originou a tradução para línguas como inglês, francês, italiano, húngaro, búlgaro e alemão, e levou a que, na Alemanha, fosse considerada uma obra-prima do conto.
Uma obra dotada de um fascínio que o leitor não esquecerá.
Sinais de uso na contracapa.