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Sumo mistério ou simples miséria? Segredos ocultos ou sordidez à mostra? Com esta fábula carioca feita de desvario e solidão, Patrícia Melo inscreve o seu herói singular na galeria romanesca de pobres-diabos que é um dos veios centrais da literatura brasileira.
Conta a Bíblia que, fugindo a um mandato divino, Jonas é engolido por uma baleia, em cujo ventre desce ao fundo dos mares. À sua imagem e semelhança, o Jonas do novo romance de Patrícia Melo embarca numa viagem comparável, a bordo das suas próprias obsessões e muito além do seu quotidiano mesquinho.
Numa sala mortiça da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, Jonas carimba papéis sem muita pressa, esquiva-se das insinuações de Eunice e aceita sem muito ardor as investidas de Darlene.
Leitor de romances e escritor apenas virtual, o novo Jonas quer ver, nos dejectos do seu ventre, os augúrios do destino próprio e alheio. Corrigir romances, decifrar fezes. Meras esquisitices, inofensivas até ao momento em que se cruzam no espírito do protagonista: depois da leitura de "Copromancia", conto de Rubem Fonseca, Jonas tem a intuição, ou melhor, a certeza, de ter sido plagiado pelo próprio ídolo. É então que a realidade resolve colaborar com a obsessão e o escritor passa a frequentar a biblioteca, para fazer (ou talvez simular) uma pesquisa para seu próximo romance...