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"A Maldição do Louva-a-Deus" fala de dois homens e três mulheres e das relações que se estabelecem entre eles. As personagens centrais do romance são: Rogério Centieiro, um conhecido escritor que já não consegue escrever (tal como o seu cão, que não consegue ladrar); Pereirinha, um sedutor profissional, espécie de capitão Roby, que escreve cartas de amor de destroçar corações; Carmelinda, a mulher de Rogério, Madame Campos, uma vidente e Anizette Menezes, jovem rica, mas feia e algo esquizofrénica.
Em Rogério Centieiro fama e glória cruzam-se com angústias várias: o medo de ser esquecido pelo público, pelos críticos; o momento branco que lhe tira capacidade de escrever; o suicídio como forma suprema de ascender ao estrelato literário (ideia que se vai tornado mais forte, quando lê um ensaio que lhe pedem para apresentar, sobre os grandes escritores que se suicidaram). Consulta um psiquiatra, e tem uma táctica patética, para nós leitores divertida, de andar de café em café, da confeitaria do Bolhão à Arcádia, ao Majestic, por aí fora, para atender telefonemas combinados com um primo, de modo a que todos no café ouçam: " Escritor Rogério Centieiro ao telefone!", demorando-se em seguida, em conversas fingidas com os mais variados escritores ou críticos, portugueses e alguns estrangeiros, de Saramago a Lobo Antunes, Agustina, Mia Couto, Tabuchi, Isabel Allende, Sepúlveda e tantos outros. Uma óptima forma de publicidade, que tem os seus frutos, quando a seguir ao telefonema lhe vêm logo pedir um autógrafo.
Pereirinha, por seu lado, não tem momentos brancos e seduz por carta, sem hesitar (para ele "fazer uma carta de amor era uma ciência, ou talvez um dom, uma arte"), até que um destino terrível lhe bate à porta.
"A Maldição do Louva-a-Deus" é uma história sobre o vazio que existe atrás dos grandes sucessos, a insensatez de certas paixões, os encantamentos fugazes, os tédios. É uma viagem aos abismos interiores, sentimentos, emoções.