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Cocteau: «Um perfume libertino de pó-de-arroz, vinho na toalha e cama desfeita. As duas personagens estão cobertas com o óleo que há nas penas do cisne, o que lhe permite chapinhar na água sem se conspurcar.»
No inferno destas duzentas páginas ouvimos da voz humana, e ao seu nível mais patético, os exorcismos, as ameaças, os gritos da revolta e do desespero, o sopro das encarniçadas forças de um herói de amor em luta contra as proibições da família, da religião, da ordem social e da sua própria fatalidade. Se a procura do absoluto é o que pedimos à poesia, o cavaleiro Des Grieux é um poeta da vida à procura de Manon Lescaut, o seu absoluto. Na posse de Manon Lescaut reside a sua única pacificação metafísica, a sua única justificação do universo. Com a amante desaparecida, só lhe resta morrer ou arrastar-se por uma má vida tão apodrecida como a morte. [Gilbert Lély]