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Quase sempre relegadas a segundo plano pela história, quando se trata de guerra as mulheres são lembradas apenas pelos papéis secundários que desempenharam. Nem nação, nem classe social, nem partido político, nem minoria ativa, elas veem sua história dissolvida na história dos homens. Isso é verdade em tempos de paz. E é muito mais verdade em tempos de guerra, nos quais os homens ocupam mais ainda o centro da cena e, consequentemente, escrevem a história; a história deles.
Em As mulheres na guerra, lançamento da editora Larousse do Brasil, o francês Claude Quétel restitui às mulheres uma dupla visibilidade de que foram privadas por tanto tempo. Com o apoio de uma pesquisa fotográfica rica, parte dela inédita, o livro é a primeira grande síntese sobre a história de inúmeras mulheres que participaram, viveram e combateram na segunda guerra mundial.
As mulheres sempre estiveram presentes em toda parte durante a segunda grande guerra: vítimas no caminho do êxodo e sob as bombas, pacientes nas filas, inventivas, trabalhadoras nas fábricas e nos campos durante a ausência dos homens. Em todos os países, estiveram também uniformizadas: auxiliares na retaguarda, mas também na linha de frente. Combateram entre os guerrilheiros clandestinos e na Resistência, despertando muitas vezes até a admiração dos inimigos. Foram deportadas, dando incríveis provas de força, de capacidade de organização, de resistência diante de provações físicas, mas também de um poder de compaixão que levaram muitos homens a invejá-las. As mulheres na guerra reconstitui o cotidiano, desde a vida doméstica até a frente de batalha, passa pelo trabalho pesado nas fábricas e no campo e conta a verdadeira participação das mulheres – célebres ou desconhecidas – na guerra e resgata o valor e a contribuição que , a seu tempo, muitas delas não tiveram o reconhecimento merecido.
O livro está dividido em quatro capítulos: Tormenta, Esforço de guerra, Combates e Terminou. Em Tormenta, por exemplo, o autor aborda o preparo físico das mulheres com o esporte – Corpo esportivo, corpo fértil – mostra a vida delas sem os homens, e como elas mudaram a moda – O terror do cotidiano – fala da vida entre ruínas e separações – Vítimas – aborda os estupros e massacres – Mártires – e mostra o perfil de Irma Grese “ a cadela de Auschwitz” em Campos da Morte.
As mulheres na guerra apresenta imagens originais e belas, ora comoventes, ora terríveis e oferece outra visão da Segunda Guerra Mundial no que ela tem, por fim, de mais insuportável e de mais injusto.