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Janeiro de 1944: a sombra negra e gelada reina ainda na Europa.
Em todo o continente, as mil e uma cabeças da hidra nazi continuam a esmagar milhões de seres. No inferno do campo de Ravensbruque, uma mulher, Milena Jesenská, recorda.
Recorda-se de Praga, "a mãezinha", da sua juventude sem freio, dos entusiasmos literários, das discussões febris nos cafés enevoados pelo fumo, dos seus envolvimentos políticos.
Mas sobretudo recorda-se dele, de Franz Kafka. O génio literário cuja obra ele traduziu para checo. O sedutor tomado pelo pânico face à carne da mulher amada. O judeu escritor em língua alemã.
O visionário de um mundo no qual os indivíduos são condenados por crimes que não cometeram.
Esta paixão epistolar - desprovida de amor físico - entre Franz e Milena ressuscitou um universo desaparecido. Através deste amor infeliz lêem-se as aspirações e as contradições da Boémia governada pelo orgulhoso império dos Habsburgo, as cicatrizes sangrentas causadas pela Primeira Guerra Mundial, as imensas esperanças do entre duas
O visionário de um mundo no qual os indivíduos são condenados por crimes que não cometeram.
Esta paixão epistolar - desprovida de amor físico - entre Franz e Milena ressucitou um universo desaparecido. Através deste amor infeliz lêem-se as aspirações e as contradições da Boémia governada pelo orgulhoso império dos Habsburgo, as cicatrizes sangrentas causadas pela Primeira Guerra Mundial, as imensas esperanças do entre duas guerras. Crónica de um amor impossível, é também a pintura de um mundo condenado.
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