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Logo desde a primeira página o leitor sente-se completamente envolvido pelas personagens que Shena Mackay criou. A cegueira dos adultos, a visão penetrante das crianças e a diferença de valores num mundo habitado por ambos, é o espaço onde a autora se move, revelando como factos que parecem supérfluos para os adultos, acabam por ser de extrema importância, até aterradores, para uma criança de oito anos.
Tudo começa quando os pais de April se mudam para Stonebridge, uma pequena vila no Kent, para tomarem conta de uma casa-de-chá. Será aqui que April se tornará amiga de Ruby, uma criança fisicamente maltratada pelos pais, acabando, também ela, por ser vítima de uma tentativa de sedução por um cliente já idoso. Estes factos, que em muitos romances actuais causariam horror e repulsa, em O Pomar em Chamas revelam-se como sendo apenas uma parte da meia-tristeza/meia-glória do crescimento. A história decorre durante um ano intensamente vivido em que, apesar da protecção e do amor dos pais, April se verá confrontada com acontecimentos que, por lealdade, medo e uma visão infantil do mundo não lhes poderá revelar, sentindo-se, por isso, cada vez mais enredada numa teia de obrigações, de culpa e de terror.
Um romance intenso e tocante, onde Shena Mackay desenvolve com clareza, elegância e poder, sentimentos profundamente complexos como o amor, a lealdade, a coragem, o sexo, o medo e a opressão.CRÍTICAS DE IMPRENSA