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«A minha grande religião é acreditar que o sangue, a carne, são mais sábios do que a inteligência.» Esta valorização do corpo e dos seus instintos, que ele [D.H. Lawrence] transportava sem nenhuma trégua para a literatura, chegou a incomodar os guardiães da mentalidade vitoriana; a que persistia, depois de Victoria, em determinar comportamentos que preservassem a saúde moral dos Ingleses.
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Em 1923, Lawrence publicou O Raposo, uma das suas histórias mais célebres e percorrida por uma energia que tem como foco um amor lésbico; mas talvez a sua obra literária mais pessimista sobre a viabilidade do amor entre mulheres, e do amor entre um homem e uma mulher. A que parece negar, a qualquer destas uniões, um direito à réplica do seu venerado exemplo: a «fusão» de David e Jónatas. [Aníbal Fernandes]