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Sem o erro de cálculo de um monge do século VI, Dionísio Exíguo, cujos trabalhos serviram para contar os anos a partir do nascimento de Jesus Cristo, teríamos celebrado o ano 2000 em... 1994 ou 1996. Mas estamos no ano 2000. O cristianismo não é a religião mais antiga do mundo, mas entra no 3º milénio da sua história.
Nestes vinte séculos de história impõem-se grandes figuras ou sequências. Henri Tincq seleccionou algumas para uma série publicada por Le Monde no Verão de 1999. Os «génios» são os homens e as mulheres que marcaram estes 2000 anos de cristianismo: Jesus, mas também Paulo, Agostinho, Francisco de Assis, Martinho Lutero, Bartolomeu de las Casas, Teresa de Ávila, Inácio de Loyola, e contemporâneos, como Martin Luther King, Desmond Tutu ou Madre Teresa de Calcutá.
O Público, que publicou a série em Portugal, acrescentou, com dois trabalhos elaborados por António Marujo, duas figuras portuguesas que adquiriram uma importância ímpar na história do cristianismo: António de Lisboa tornou-se o santo católico mais conhecido em todo o mundo e o padre jesuíta António Vieira foi o primeiro a conseguir que os papas suspendessem o funcionamento da Inquisição por alguns anos.
Esta história é feita de bons e de maus «génios», como a «guerra santa» das cruzadas, a luta contra as heresias com a Inquisição, a resistência de Roma às conquistas da liberdade e da modernidade.
Num vaivém permanente entre o passado e o presente, apresentam-se debates que ainda hoje prosseguem: o lugar do pecado e da culpabilidade, o estatuto da verdade no cristianismo, a sua relação com o judaísmo ou o islão, a razão ou a ciência. Não se faz aqui uma história do cristianismo, mas contam-se algumas das mais marcantes histórias destes dois milénios cristãos. Histórias de loucos e de pecadores, de profetas e de santos.