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Os Métodos da Ética, de Henry Sidgwick, conta-se entre as obras-primas incontornáveis da ética filosófica – é o que asseveram muitos dos melhores filósofos morais do nosso tempo. John Rawls refere-se a este livro como “a obra filosoficamente mais profunda” do utilitarismo clássico, a teoria defendida por Jeremy Bentham, e mais tarde por J. S. Mill, que propõe a promoção da felicidade geral como padrão ético fundamental. Peter Singer, um utilitarista que não hesita em descrever Os Métodos da Ética como o melhor livro de ética jamais escrito, justifica deste modo a sua apreciação: “Não é fácil apontar questões importantes de ética normativa que não sejam abordadas já aí – e muitas vezes é difícil ir além daquilo que Sidgwick diz”. Derek Parfit, subscrevendo o veredicto de Singer acerca da importância cimeira dos Métodos na ética filosófica, sustenta que a obra “contém o maior número de teses verdadeiras e importantes”. […]
Apesar de Sidgwick ser um utilitarista, não está empenhado em empreender propriamente uma defesa do utilitarismo, isto é, em estabelecer cabalmente a superioridade desta teoria em relação às conceções morais alternativas. O seu objetivo, anunciado logo no Prefácio à Primeira Edição, é antes expor e criticar os métodos éticos mais salientes – sendo o utilitarista um deles – “a partir de uma posição neutra e tão imparcialmente quanto possível”. Assumindo esta posição, e desenvolvendo a sua investigação com um conhecimento profundo da história do pensamento ético ocidental, Sidgwick revela-se muito sensível não só às dificuldades que se colocam ao utilitarista, mas também às virtudes das perspetivas adversas ao utilitarismo. Os Métodos da Ética não é, pois, uma obra talhada para atrair uma legião de seguidores de uma doutrina. Há que lê-la, antes de mais, como uma investigação rigorosa e desapaixonada sobre as diversas formas do raciocínio ético, os seus limites e as relações que mantêm entre si.