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"Talvez a poesia procure uma certa imortalidade: pessoal, histórica, da espécie. E no entanto quer - ou busca - ser anónima: falar a partir de um rosto que não se conhece mais. Tradicionalmente, uma parte dessa tensão passou entre nómadas e sedentários. Esquecendo por vezes a simbiose histórica que ambos produziram. A realização deste pequeno volume usou parte dessas certezas. E também para se manter distante de algumas linhagens que têm trazido para Ocidente poesia chinesa, turca ou mongol - enquanto mítica matéria, sempre pronta a ser usada e fantasmada. Favorecendo uma busca ou arranjo que diríamos bem nossos, não fosse a nostalgia e o consumo serem agora experimentados, da mesma maneira, em quase toda a parte. Naturalmente, é o tempo que está." (da introdução de Gil de Carvalho, tradutor e autor da recolha)