Prisioneiros da esperança

Para muitos, o final do segundo milénio e a chegada do ano 2000 foram vistos, simultaneamente, como ameaça de «apocalipse» e como jubilosa chegada de um tempo «messiânico»: a, anunciada, segunda vinda de Cristo, início de uma era de paz e prosperidade. Mas não podemos esquecer que os judeus esperam o Messias há milhares de anos, numa esperança renovada, cada ano, na cerimónia de Pessah (Páscoa). E, também, que os próprios muçulmanos aguardam o Mahdi, personagem de contornos messiânicos, enquanto os budistas possuem uma figura semelhante que assegura a chegada de uma era melhor para a humanidade. Em resumo: o Messianismo tem um carácter universal - do qual não podemos desligar as adaptações locais, como o Quinto Império, o Sebastianismo ou o Reino do Espírito Santo. Por outro lado, ao longo destes dois milénios, muitos foram vistos como Messias, enquanto se sucediam os anúncios do Final dos Tempos ou o Fim do Mundo. De tudo isto sobressai a Esperança num mundo melhor. Este livro procura ser uma reflexão serena sobre o significado profundo dessas expectativas.