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Este tipo de anti-racismo não é o caminho para a equidade — é um obstáculo. Da esquerda à direita, o debate público sobre racismo parece ter chegado a uma encruzilhada. Dizem-nos que quem nasce branco, ainda que pobre, é sempre privilegiado, e quem nasce negro é automaticamente uma vítima, mesmo que não o sinta. Os brancos são incentivados a tentar entender como é ser negro, mas por outro lado ouvem que nunca conseguirão entender realmente. Há quem se queira manifestar mas tenha medo de o fazer de maneira errada e acabar por parecer… racista. Como conciliar tudo isto?
Segundo John McWhorter, que faz esta análise a partir da sociedade americana, o problema é haver hoje em dia um anti-racismo que, sendo bem-intencionado, se transformou numa espécie de religião irracional, inalcançável e fracturante. Da instrumentalização do privilégio branco e da cultura de cancelamento ao fervor evangélico da multidão woke, este livro analisa a forma como esta «nova religião» está na verdade a prejudicar a comunidade negra, infantilizando-a, condenando-a ao insucesso e promovendo medidas que a fragilizam, convocando até um essencialismo racial que pouco se distingue de teorias racistas do passado.
Racismo Woke — livro que foi polémico nos EUA — apresenta também um plano de acção e uma esperança: ainda é possível arrepiar caminho e fazer realmente justiça à América negra.