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«Bratsk: o cerco impenetrável da taiga, a dois passos, o mágico lago Baical das fábulas e da irisada dimensão enigmática, do tamanho de um país, com marés de oceano e fauna de um mundo virgem […], o mágico lago aonde descem as agachadas casas de madeira e os penhascos sombrios, nada de vento, nem um rumor dos rios lendários que, mais longe, dele se despedem ou nele se despenham, nada de detritos poluidores, apenas a distância, a serenidade, o silêncio, às vezes a marcha furtiva das altas mulheres de pomos asiáticos, com o porte de deusas, enquanto pastores saídos das moitas lançam um berro às vacas afeitas a equilibrarem-se nas vertentes talhadas a pique, ou camponeses sacerdotes buriates, de origem mongol, perpassam por detrás de uma estranhíssima escultura de madeira, que anuncia o povoado. Aqui o silêncio, a serenidade dos buriates, sua religião. Para onde trouxe a minha melancolia, como quem a leva a um encontro exorcizador.»