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Umberto Eco, conhecido em Itália e em todo o mundo pelos seus trabalhos sobre estética e semiótica e pelo seu romance O Nome da Rosa é também um incansável estudioso dos modos e modas do nosso tempo.
Viagem na Irrealidade Quotidiana é uma colectânea de textos retirados de três livros recentes: «Sette Anni di Desiderio», «Costume di Casa» e «Dalla Periferia dell' Impero» que obedecem a uma mesma temática:
Nos anos 70 e nos primeiros anos da década de 80, assistiu-se ao declínio das ideologias, das formas colectivas de pensar e agir. O homem deste final de século, desapossado da sua fé nas soluções revolucionárias e no progresso técnico, orienta o seu desejo para formas incontroladas de sublimação. Daí que a histeria do futebol e as infindáveis discussões sobre desporto substituam a convicção política e o discurso político; os jogos sadomasoquistas substituam o sexo e a ternura; o fascínio pelo oculto e pelas seitas messiânicas, substitua a religião e o misticismo.
O desejo individual, insatisfeito pela falta de resposta de uma sociedade, torna-se por vezes raiva pura e dá origem aos fenómenos de marginalidade e em casos limite ao terrorismo.
São estas novas formas de agir que Umberto Eco analisa, brilhantemente como lhe é habitual, neste livro, mas outros assuntos igualmente actuais são também aqui tratados: a objectividade dos meios de comunicação social, a natureza do poder, a crise da razão, etc., numa articulação simultaneamente intelectual e de grande comunicação com os seus leitores, irónica, profunda e sempre nova, original e profundamente interessante.
Sinais de uso na capa e contracapa. Pontos amarelos no exterior de algumas páginas.