A Feiticeira do Douro

Eduardo Augusto de Faria [Lisboa, 1823 - Inglaterra, 1860]
A sua actividade literária exerceu-se sobretudo no domínio da tradução, no qual criou a Biblioteca Económica, série que, embora em traduções de baixa qualidade, deu a conhecer ao público português os romances famosos da época, de Walter Scott, Victor Hugo e Eugène Sue, entre outros. A ele se deve também uma versão em prosa do drama de Victor Hugo, Ruy Blas, que, com o título Ruy Blas, apareceu em duas edições diferentes, em 1841 e 1843.
Foi também autor de um Novo Dicionário [...] Seguido de Um Dicionário de Sinónimos, impresso na Tipografia Lisbonense, em 4 vols., 1849. Este dicionário, que chegou a ter recomendação oficial, suscitou grandes críticas e uma fraude editorial no Brasil, para onde emigrara o seu autor, que finalmente achou mais conveniente retirar-se para Inglaterra.
O seu lugar na literatura portuguesa deve-se aos dois romances da escola de terror dos poucos originais portugueses do género que publicou sob o nome E. de F. Trata-se de A Feiticeira do Douro, ao gosto gótico medievalista, e A Estrela Brilhante, que combina o fantástico com o romance social à maneira de Sue. - in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990