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Nada há de mais natural para a Loucura que soprar na trombeta da glória e entoar, em pessoa, os seus louvores. Quem me descreveria com mais verdade, se ninguém me conhece melhor que eu própria me conheço? Creio mesmo mostrar assim maior modéstia que certos doutores e nobres, que, por perverso pudor, subornam a lisonja de um orador ou a imaginação de um poeta, e pagam para ouvir louvores, ou seja, puras mentiras. Entretanto, o nosso púdico herói pavoneia-se, levanta a crista, enquanto impúdicos aduladores se atrevem a comparar aos deuses a sua nulidade e o apresentam, embora convencidos do contrário, como um modelo perfeito de todas as virtudes (...).