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Noutras épocas, Uriel teria sido um D. Juan menor e teria alicerçado o seu pequeno reino sobre a ignorância sentimental das mulheres. Hoje, Uriel terá de aprender que não é afinal a conquista que o move, mas apenas a fuga a si mesmo. Uriel é um isento. Os isentos não têm a noção de que, furtando-se a um contrato emocional com os outros, os aspiram para o seu círculo perverso e vazio de pura sobrevivência. Os isentos criam uma rede de malhas corredias por onde vão escalando sobre os outros, rindo. Não devem nada a ninguém, resistem apenas dentro do seu espaço interior contra o sofrimento e a morte. Não evoluem. Atrás das muralhas persistem. (...)