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«Sempre é morto quem do arado há-de viver. Nós somos vida das gentes e morte de nossas vidas. A tiranos, pacientes, que, a unhas e a dentes, nos tem as almas roídas. Para que é parouvelar? Que queira ser pecador o lavrador, não tem tempo nem lugar nem somente de alimpar as gotas do seu suor.»
Com Gil Vicente estamos perante um autor de talentos múltiplos, um lírico de extraordinário valor e, sobretudo, um arguto observador e crítico social, que desenha e escalpeliza como poucos a sociedade em que viveu. E, paralelamente, um homem que, pelo menos objetivamente, se encontrou a intervir no debate de ideias que varria a Europa da primeira metade do século XVI. Escrevendo em português e em castelhano, Gil Vicente constitui uma glória comum às duas literaturas ibéricas.