A minha melhor amiga

Charlène Boher, narradora da sua própria história, escreve na prisão onde foi encarcerada após o assassinato de Sarah, a sua melhor amiga.

Charlène era, como tantas outras, uma adolescente em busca da sua identidade. Solitária e introvertida, vivia fechada em si mesma e no seu desamor. O aparecimento de Sarah, que é, por seu lado, desenvolta e popular, muda irremediavelmente a sua vida. Para além do fascínio que exerce sobre ela, Sarah oferece-lhe uma amizade imediata e intensa, feita de confidências e noites partilhadas. Mas, gradualmente, a amizade dá lugar a uma relação perversa e obsessiva. O forte vínculo que se estabelece entre as duas vai conduzi-las à terrível descoberta das suas verdadeiras personalidades. À amizade acabará por se sobrepor o lado obscuro de ambas: ciúmes, humilhações e crueldade vão desencadear um crime que leva Charlène a enfrentar, até ao limite, a sua loucura.

A um só tempo, confissão crua e relato pungente das angústias e interrogações da adolescência, esta é uma viagem pelo universo íntimo de uma jovem que, pela sua própria mão, nos desvela as razões da sua “loucura”, da sua adolescência torturada, tão vazia de afectos e repleta de conflitos não resolvidos, e que, sem melancolia, numa voz agora mais adulta e sofrida, desvenda o seu percurso rumo à tragédia que mudou irremediavelmente o seu destino.